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«A solução do Bairro do Aleixo proposta por Rui Rio passa pela constituição de um Fundo Especial de Investimento Imobiliário (FEII) que viabilizará a "troca" do Bairro do Aleixo e um conjunto quarteirões da autarquia no centro histórico, pela recuperação da baixa da cidade.
(...)
O Bairro do Aleixo está localizado numa zona nobre da cidade, sobranceira ao Douro e perto da Foz, estando rodeado de habitações e condomínios de luxo..»
Jornal de Notícias, 21 de Julho de 2008
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Tudo o que sejam terrenos com vista para o rio, para o mar, virados a sul ou ao lado da estação do comboio, toca a fazer realojamento.
Autoconstrução nem pensar, toca a vagar o terreno e a pôr as pessoas para lá do sol posto.
Toca a entaipar túneis de auto-estrada e a pôr os ciganos do lado de lá.
E depois lá aparece na televisão e
ai ai ui que os ciganos e os pretos andam à porrada.
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_manel
quinta-feira, julho 31, 2008
sexta-feira, julho 11, 2008
Africa selvagem
"He esta ilha de Bissau muito grande a qual encerra em si hu reino, limpo de mattos por cuia razão não tem tantos bichos ferozes (...)" (fr. André de Faro, 1662)
Liga-se a televisão e lá estão as girafas, lá estão os elefantes e as gazelas, os crocodilos, os hipopótamos. de vez em quando aparece um africano-indígena-tribal que parece andar por ali como se fosse um caçador recolector, como se vivesse de uns tubérculos e raizes que apanha por aquele chão vermelho. na áfrica dos programas da vida selvagem, África é animal e pronto.
O que não se mostra é que as paisagens africanas são assim porque há milénios que são trabalhadas, há milénios que as pessoas as vêm trabalhando com o fogo. que há centenas de pessoas que vivem ali ao lado daqueles bichos todos. que há ali um monte de gente informada, gente que por acaso é a dona daquele chão...
e há um monte de putos a fazer rap
_arnaldo
Liga-se a televisão e lá estão as girafas, lá estão os elefantes e as gazelas, os crocodilos, os hipopótamos. de vez em quando aparece um africano-indígena-tribal que parece andar por ali como se fosse um caçador recolector, como se vivesse de uns tubérculos e raizes que apanha por aquele chão vermelho. na áfrica dos programas da vida selvagem, África é animal e pronto.
O que não se mostra é que as paisagens africanas são assim porque há milénios que são trabalhadas, há milénios que as pessoas as vêm trabalhando com o fogo. que há centenas de pessoas que vivem ali ao lado daqueles bichos todos. que há ali um monte de gente informada, gente que por acaso é a dona daquele chão...
e há um monte de putos a fazer rap
_arnaldo
Bolanha Salgada
"De forma resumida, a técnica consiste em: identificar um troço de mangal que apresente boas características para o cultivo de arroz; "abrir um caminho" cortando a vegetação a toda a volta; isolar o terreno da invasão das águas das marés pela construção de um dique de terra; cortar a vegetação no seu interior; dividir o terreno em parcelas (priques:c), através de diques secundários; deixar que a água da chuvas provoque o apodrecimento dos troncos e raízes, para permitir o seu arranque ao fim de dois a três anos, época em que o terreno é armado em camalhões; ir progressivamente experimentando o cultivo do arroz com variedades adaptadas à fase de dessalgamento do solo". Marina Temudo in "Inovação e mudança em sociedades rurais africanas. Gestão dos recurssos naturais, saber local e instituições de desenvolvimento induzido"
A bolanha de água salgada é uma avançada técnica de cultivo de arroz utilizada na Guiné Bissau. Esta técnica foi trazida para a região de tombali (sul do país) nos anos 20 pela etnia balanta, levando a que outras etnias residentes (principalmente os nalus e os sossos) começassem tambem a produzir arroz de bolanha até aos dias de hoje, A própria região pela sua elevada pluviometria levou à transformação da técnica, sendo aqui os diques muito mais altos que os do norte da Guiné, na região dos balantas. Os recurssos transformaram a técnica e a técnica transformou as etnias residentes e a paisagem.
Em termos visuais é qualquer coisa de extrordinário, um fantástico rendilhado de dimensões muitas vezes quase infinitas, limitado por palmeirais e mangais.
Hoje a bolanha apesar de ser responsável pela produção de maior parte do arroz da região, tem vindo a ser abandonada, por consecutivos anos de seca, falta de mão de obra jovem e mais recentemente devido à destruição de diques pelas cheias.
1º imagem google de uma bolanha de Cadique (Cubucaré região de Tombali);
2º Bolanha de Catchamba (Cubucaré região de Tombali);
3º Bolanha de Cafal/Cafine (Cubucaré região de Tombali)
2º Bolanha de Catchamba (Cubucaré região de Tombali);
3º Bolanha de Cafal/Cafine (Cubucaré região de Tombali)
_pedro
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