Freixo de Espada à Cinta é num buraco. Uma cova estranha que não se percebe se é um vale, se uma cratera, não se percebe nada. Olha-se com atenção em busca de uma ribeira e nada, apenas pequenos regatos que parecem correr não seguindo qualquer lei da física. Fica ao lado do Douro mas não fica. O buraco não deixa perceber, nem sequer suspeitar, da existência de um rio ali tão perto. Quem venha de onde quer que seja, de Moncorvo, de Miranda ou de Barca de Alva nunca saberá quando está ou quando não está a chegar. Poderá apenas suspeitar da proximidade ao avistar bandos de grifos a sobrevoar enormes penedias de granitos. E depois entra-se dentro do buraco e não se percebe mais nada. Mas quando se sobe à torre heptagonal que sobrou do castelo, ou à pequena capela dos Montes Ermos, é um deslumbramento.
_manel
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