quarta-feira, janeiro 23, 2008

o eco resort de troia visto do ar a 21 de janeiro



ao menos podiam assumir.

agora andar a inventar conversas ecológicas é demais.

e já agora se todos têm piscina porque é que precisam de estar ao pé do mar?

transcende-me


_manel

terça-feira, janeiro 22, 2008

o choupal da Orquestra Metropolitana de Lisboa



cortaram os choupos que estavam no jardim em frente da Orquestra Metropolitana de Lisboa. cortaram-nos e os troncos rebentaram. e não só rebentaram como espalharam sementes por todo o terreno. nasceu um campo de choupos.

acredito que seja inspirador para quem está a tocar um instrumento dentro daquelas grandes janelas de vidro ver centenas de pequenos choupos.

o efeito é surpreendente e era dificil ter ficado melhor.

_manel

as canas e caniços de Isabel Azevedo


o jardim feito por Isabel Azevedo para o Hotel Vila Ópera junto ao rio dá nas vistas. passa-se e vê-se logo aquelas riscas de canas e caniços ao vento. quando a crocosmia está em flor olha-se e pronto, não há hipótese de não reparar. e sente-se que é um jardim resistente, que não vai ali um qualquer pisa e pronto e começa-se a estragar tudo.

é resistente mas tem um limite e agora foi lá uma máquina e pô-lo todo de pantanas.

é de esperar que ponham outra vez os caniços ao vento.

_manel

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Viagem às Periferias de África





de Cima para Baixo

Cairo- 15 900 000 pessoas
Muqdisho- 1 500 000/3 000 000
pessoas
Luanda- 4 500 000 pessoas
Lagos- 10 000 000 pessoas
Conakry- 2 000 000 pessoas

_pedro

segunda-feira, janeiro 07, 2008





Ler o artigo do António Barreto do Público de 25 de Novembro sobre a ASAE dá uma volta profunda e total às entranhas. Dá vontade de pegar num garrafão de gasóleo, regar o edifício da Visconde Valbom e deitar-lhe fogo. Deitar fogo a todos esses decretos que vão acabar com a nossa saúde mental, que acabam com o que nos restava de civilização.


Aqui fica.



ELES ESTãO DOIDOS!Por António BarretoPublico 25.11.07


A MEIA DÚZIA DE LAVRADORES que comercializam directamente os seus produtose que sobreviveram aos centros comerciais ou às grandes superfícies vai agora ser eliminada sumariamente. Os proprietários de restaurantes caseiros que sobram, e vivem no mesmo prédio em que trabalham,preparam-se, depois da chegada da 'fast food', para fechar portas e mudar de vida. Os cozinheiros que faziam a domicílio pratos e 'petiscos', a fim de os vender no café ao lado e que resistiram a toneladas de batatasfritas e de gordura reciclada, podem rezar as últimas orações. Todos os que cozinhavam em casa e forneciam diariamente, aos cafés e restaurantes do bairro, sopas, doces, compotas, rissóis e croquetes, podem sonhar comoutros negócios. Os artesãos que comercializam produtos confeccionados à sua maneira vão ser liquidados.A SOLUÇÃO FINAL vem aí. Com a lei, as políticas, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velhomundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, quem não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos ematérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente estácondenado. Estes exércitos de liquidação são poderosíssimos: têmEstado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se nogoverno nacional, sob tutela carismática do Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho; e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelasmultinacionais da gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios doaçúcar. EM FRENTE À FACULDADE onde dou aulas, há dois ou três cafés onde osestudantes, nos intervalos, bebem uns copos, conversam, namoram e jogam àscartas ou ao dominó. Acabou! É proibido jogar!Nas esplanadas, a partir de Janeiro, é proibido beber café em chávenas de louça, ou vinho, águas, refrigerantes e cerveja em copos de vidro. Tem de ser em copos de plástico.Vender, nas praias ou nas romarias, bolas de Berlim ou pastéis de nata quenão sejam industriais e embalados? Proibido. Nas feiras e nos mercados, tanto em Lisboa e Porto, como em Vinhais ou Estremoz, os exércitos dos zeladores da nossa saúde e da nossa virtudefazem razias semanais e levam tudo quanto é artesanal: azeitonas, queijos, compotas, pão e enchidos.Na província, um restaurante artesanal é gerido por uma família que tem, ao lado, a sua horta, donde retira produtos como alfaces, feijão verde,coentros, galinhas e ovos? Acabou. É proibido. Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido.Trazer da terra, na estação, cerejas e morangos? Proibido. Usar, na mesa do restaurante, um galheteiro para o azeite e o vinagre éproibido. Tem de ser garrafas especialmente preparadas. Vender, no seu restaurante, produtos da sua quinta, azeite e azeitonas,alfaces e tomate, ovos e queijos, acabou. Está proibido. Comprar um bolo-rei com fava e brinde porque os miúdos acham graça?Acabou. É proibido. Ir a casa buscar duas folhas de alface, um prato de sopa e umas fatias defiambre para servir uma refeição ligeira a um cliente apressado? Proibido. Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.É proibido ter pão congelado para uma emergência: só em arcas especiais ecom fornos de descongelação especiais, aliás caríssimos. Servir areias, biscoitos, queijinhos de amêndoa e brigadeiros feitos pela vizinha, uma excelente cozinheira que faz isto há trinta anos? Proibido.AS REGRAS, cujo não cumprimento leva a multas pesadas e ao encerramento do estabelecimento, são tantas que centenas de páginas não chegam para as descrever.Nas prateleiras, diante das garrafas de Coca-Cola e de vinho tinto tem dehaver etiquetas a dizer Coca-Cola e vinho tinto.Na cozinha, tem de haver uma faca de cor diferente para cada género.Não pode haver cruzamento de circuitos e de géneros: não se pode cortar cebola na mesma mesa em que se fazem tostas mistas.No frigorífico, tem de haver sempre uma caixa com uma etiqueta 'produto não válido', mesmo que esteja vazia.Cada vez que se corta uma fatia de fiambre ou de queijo para uma sanduíche, tem de se colar uma etiqueta e inscrever a data e a hora dessaoperação.Não se pode guardar pão para, ao fim de vários dias, fazer torradas ou açorda.Aproveitar outras sobras para confeccionar rissóis ou croquetes? Proibido. Flores naturais nas mesas ou no balcão? Proibido. Têm de ser de plástico,papel ou tecido.Torneiras de abrir e fechar à mão, como sempre se fizeram? Proibido. As torneiras nas cozinhas devem ser de abrir ao pé, ao cotovelo ou com célula fotoeléctrica.As temperaturas do ambiente, no café, têm de ser medidas duas vezes pordia e devidamente registadas.As temperaturas dos frigoríficos e das arcas têm de ser medidas três vezes por dia, registadas em folhas especiais e assinadas pelo funcionário certificado.Usar colheres de pau para cozinhar, tratar da sopa ou dos fritos?Proibido. Tem de ser de plástico ou de aço.Cortar tomate, couve, batata e outros legumes? Sim, pode ser. Desde que seja com facas de cores diferentes, em locais apropriados das mesas e das bancas, tendo o cuidado de fazer sempre uma etiqueta com a data e a horado corte.O dono do restaurante vai de vez em quando abastecer-se aos mercados e leva o seu próprio carro para transportar uns queijos, uns pacotes de leite e uns ovos? Proibido. Tem de ser em carros refrigerados.TUDO ISTO, como é evidente, para nosso bem. Para proteger a nossa saúde.Para modernizar a economia. Para apostar no futuro. Para estarmos na linha da frente. E não tenhamos dúvidas: um dia destes, as brigadas vêm, comestas regras, fiscalizar e ordenar as nossas casas. Para nosso bem, poisclaro.«Retrato da Semana» - «Público» de 25 de Novembro de 2007




_manel