domingo, janeiro 25, 2009

Guimarães_hortas

Guimarães oferece hortas para cultivar alimentos biológicos

A câmara de Guimarães está a oferecer hortas para que os habitantes cultivem alimentos biológicos e, já tem 25 candidatos, maioritariamente contabilistas. «Já existem 25 inscrições para o cultivo das hortas mas ainda existem muitos espaços vagos», disse à Lusa Costa e Silva, vereador dos Serviços Urbanos e do Ambiente na câmara de Guimarães. Após uma nova campanha de divulgação, a autarquia decidiu prolongar a inscrições para «hortelãos» até ao dia 15 de Outubro. A Horta Pedagógica de Guimarães está situada na Veiga de Creixomil, há entrada da cidade, a 100 metros de um hipermercado e num dos terrenos outrora mais férteis e cultivados do concelho.
Por cinco euros anuais, os candidatos ficam na posse de uma parcela de terreno apenas com a única obrigação de a cultivarem. Entre os candidatos a uma parcela de terreno, estão maioritariamente contabilistas mas também, educadoras de infância, professores e um serralheiro. «São pessoas que querem cultivar um terreno pelo prazer de lidar com a terra e não exactamente por necessidade», frisou o vereador. Os campos, em tempos cultivados pelos proprietários, estavam agora «a monte». «A câmara decidiu fazer uma horta pedagógica e biológica nos terrenos não cultivados para permitir uma maior educação ambiental mas também para que os habitantes da cidade possam cultivar produtos para depois consumir», referiu ainda o vereador.
A Horta está dividida em pequenas parcelas delimitadas por caminhos e regatos, apresentando várias actividades ligadas à agricultura e à educação ambiental. Com uma área de três hectares, as hortas cedidas pela câmara têm áreas que vão dos 50 aos 100 metros quadrados e o contrato de cedência tem a validade de um ano. Até que todos os espaços estejam entregues à população, os serviços camarários estão a cultivar legumes, fruta e ervas aromáticas. «Os produtos serão entregues a uma cooperativa de solidariedade para que façam parte do banco alimentar e possam ser entregues a famílias carenciadas», frisou Costa e Silva. Aos técnicos camarários cabe depois o fornecimento de informações sobre as épocas de cultivo, as formas de rega e até sugestões culinárias. Os utensílios agrícolas, propriedade da autarquia, ficarão guardados num anexo que está ainda a ser construído pela autarquia e que funcionará também como ponto de encontro dos pequenos agricultores.
Integrado no projecto HiperNatura Continente, o conceito de hortas pedagógicas custou 600 mil euros. A verba destina-se a recuperar, edificar e modernizar espaços verdes de 20 cidades de norte a sul do país onde existam hipermercados da marca Continente e em que as autarquias se queiram associar ao projecto. «É uma forma de participar activamente na preservação e na revitalização da natureza urbana», segundo Miguel Rangel, da empresa promotora do projecto.
Além de Guimarães, as autarquias abrangidas pelo projecto são Albufeira, Amadora, Cascais, Covilhã, Coimbra, Leiria, Lisboa, Loures, Maia, Matosinhos, Ovar, Porto, Portimão, S. João da Madeira, Seixal, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia, Vila Real e Viseu. Em Guimarães, a câmara continua à procura de novos agricultores. «Queremos pessoas que gostem da terra, que queiram semear e colher de uma forma biológica», finalizou Costa e Silva.


_manel

Coimbra_hortas


PÚBLICO (arquivo)
Hortas do Ingote
Hortas urbanas em Coimbra são cultivadas por mais de 20 "agricultores"

25.01.2009 - 11h03 Lusa

O ditado "Quem corre por gosto não cansa" ganha vida nas encostas do Bairro do Ingote, em Coimbra, onde duas dezenas e meia de "agricultores" cultivam diariamente as hortas urbanas, projecto camarário encarado por todos como um sucesso. Uma encosta onde antes existia "um matagal" e se verificava o "cultivo desordenado" acolhe agora pequenas hortas tratadas com afinco e dedicação por cerca de 25 moradores dos Bairros da Rosa e do Ingote, com as vantagens económicas, ambientais e sociais a aliarem-se a benefícios do ponto de vista de uma alimentação equilibrada e do combate ao stresse e ao sedentarismo.
Desenvolvido pelo Departamento de Habitação da Câmara Municipal de Coimbra em colaboração com a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), o projecto "Hortas do Ingote" foi iniciado no terreno em 2006 e contemplou a atribuição, em dois locais distintos desta zona, de 25 talhões, cada um com uma área aproximada de 150 metros quadrados, a moradores, muitos deles transformados em agricultores urbanos após uma vida activa exercida em áreas que nada tinham a ver com o cultivo da terra. A maior parte das hortas deste projecto realizado em terrenos camarários situados num bairro problemático da cidade estão distribuídas, em pequenos patamares, numa encosta de onde se avistam os Hospitais da Universidade de Coimbra. Arranjadas com primor, nelas são cultivadas couves, das mais variadas espécies, alfaces, cebolas, abóboras, alhos, favas, cenouras ou tomates, entre outros produtos, não faltando também as árvores de fruto, as ervas aromáticas, as flores ou até videiras, tudo integrado no âmbito da agricultura biológica. O aproveitamento da água da chuva também não é esquecido, graças aos reservatórios instalados em cada um dos talhões, que dispõem também de contentores para a produção de estrume biológico, entre outras infra-estruturas.
"Não compro praticamente nada [de produtos hortícolas], quero uma couve fresca, venho aqui abaixo", explicou Eurico Breda, de 60 anos, um dos poucos agricultores urbanos do Planalto do Ingote que já tinha experiência desta actividade anteriormente, embora todos os participantes no projecto tenham recebido formação ministrada pela ESAC. Em tempos de crise, além da poupança que representa e da vantagem de estar a consumir hortícolas tratados com produtos não agressivos, outro dos agricultores, Vítor Coelho, salientou os benefícios do projecto em termos de lazer, descontracção e convivência. "Sinto-me calmo aqui, ocupado, distraído", disse este antigo combatente na Guiné-Bissau, ao realçar que o contacto com a Natureza e com os colegas "lavradores" o ajuda a esquecer "os problemas da vida". Ao mostrar as viçosas couves chinesas, os nabos, os brócolos, os piripiris, que se dão "muito bem" naquele terreno, ou as flores de que a esposa tanto gosta, Evaristo da Conceição, outro participante, destacou a confraternização, mas também as exigências da lida agrícola. "Foi à custa de muito trabalho, a terra era muito pobre em qualidades. Isto é essencialmente uma forma de escape. Em vez de estar em casa a ver telenovela...", comentou. João Duarte, 70 anos, que vai ao terreno que cultiva "praticamente todos os dias", referiu igualmente o esforço ali dispendido, mas destacou as vantagens para uma alimentação saudável. "Ocupo o tempo, não gasto dinheiro na praça, nada disto tem químicos", acrescentou. Até o farfalhudo gato Tico, gordo e bem tratado, adoptado por alguns dos agricultores e incumbido da função de caçar eventuais ratos, parece apreciar passear pelos regos e talhões, pouco incomodado pela chuva.
"O balanço é muito simples: é possível aproveitar terrenos camarários que não teriam outra utilidade, mantê-los limpos, dar-lhes uma função económica, ambiental e social útil, em que as pessoas ficam satisfeitas por estarem a cultivar alimentos, têm rendimento e tiram prazer da sua actividade", salientou o vereador com o pelouro da Habitação Jorge Gouveia Monteiro, ao anunciar a intenção da autarquia de expandir a experiência para outras zonas da cidade.


_manel

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Perspectivas da emoção


A arquitectura depende da existência de emoções, sem estas, as nossas perspectivas, cortes e plantas transformam-se num bloco fechado metido num lixo de um qualquer servidor informático á mercê da ultima linha de corrente. A ideia foi construir um conto-animação a partir de programas de arquitectura que utilizamos correntemente. Devemos exceder os limites da nossa imaginação, inserindo cada vês mais em projecto as dinâmicas que nos animam na espuma dos dias.


_sebastião

segunda-feira, janeiro 12, 2009

natureza em estado puro

Séculos de cultivo da terra. Séculos de queimadas sucessivas. Séculos de transformação de inóspitos mangais em produtivos campos de arroz. Séculos de derrube selectivo de floresta, com consequente criação de palmeirais produtores de óleo. Natureza em estado puro...
O jornalista foi, cheirou e olhou. Viu umas árvores grandes e uns bichos exóticos, então toma lá que é natureza em estado puro. Assim se criou e continua a criar o mito da África selvagem.


_arnaldo

terça-feira, janeiro 06, 2009

Arquitectos (também paisagistas) Explorados


Em Espanha como em Portugal os arquitectos (os arquitectos paisagistas também, não me esqueci de nós) são explorados.
Muitos são os que, mal lançados aos "leões", recebem o ordenado mínimo ou um pouco mais, nunca passando duns míseros 700 euros. Abusam da nossa esperança e sonho de sermos uns grandes arquitectos e dizem "no início tens de trabalhar duro e ganhar pouco" para depois seres um grande arquitecto (só não consegui foi convencer os meus pais a comprarem me um atelier) mas a história vai-se arrastando.................. Se com muita sorte ganhares 700Euros existe um pacote de vida, que eu posso oferecer:

200 euros para uma casa barata a partilhar com outras pessoas.
40 euros para contas (água, luz, gás, net não dá, vais à biblioteca).
30 euros de transportes.
200 euros para comida, tabaco, mas de enrolar (se não fumas, então 2 cafés por dia) e só uma saída por semana de copos (uma ou duas cervejas).
40 euros por fim para ir visitar os pais à terra (uma vez por mês) isto caso não queiras criar conflitos familiares.
No total dá 510 euros, sobram-te assim 180 euros para super-loucuras, com este dinheiro podes ter vários luxos (cada número é só uma hipótese e caso escolhas um deles não podes ter os outros números):

uma viagem por ano de tenda às costas e voos lowcost.
ir uma vez por semana ao cinema ou ao teatro e ainda sair, não só uma vez por semana, mas duas, e assim já podes beber 5 cervejas por noite e acrescentar álcool etílico para ficares bêbado.
podes pedir um empréstimo ao banco para comprares uma casa ou um carro e caso a crise não seja grave podes ficar a dever ao banco para o resto da vida, com azar ainda têm de ficar os teus filhos a pagar os últimos euros.

Que vida feliz que este curso nos proporciona


_pedro