sexta-feira, maio 29, 2009

ASQUEROSO


uns gritam porque não tem árvores

outros porque tem um desenho estilo exposição do mundo português

outros que é o novo martim moniz


tudo para explicar que este projecto é

ASQUEROSO


_manel

quarta-feira, maio 27, 2009

Bissau


A cidade colonial: meia dúzia de ruas direitas. malha ortogonal.
um estádio no meio, talvez para as cerimónias de empossamentos dos governadores a que deviam assistir funcionário da repartição de finanças com as camisas brancas - suadas.
Um bom plano de plantação - Azadirachta indica - para correr com os mosquitos e o paludismo.
Uma ou duas ruas com lojas ou casas comerciais.
Uma grande avenida a ligar a praça do império e o porto.
Restos de uma fortaleza com mangueiras colossais em frente.
E meia dúzia de bairros de lama e telhado de palha, e às vezes zinco, em redor.

Trinta anos.


Metade da população do pais mudou-se para aqui.
A cidade colonial ficou como resto, com os seus cafés de brancos e traficantes de droga, com bebidas ao preço de dois ordenados minimos - ponto interessante de observação mas bastante deprimente.
Os bairros cresceram, como as aldeias crescem no campo. Cada aldeia que havia à volta da cidade-colonial cresceu e deu um bairro. De lama e zinco ou palha, ainda.
A estrada que ligava o centro ao aeroporto tornou-se uma avenida colossal, com as suas barracas de venda de esparguete refritado em óleo
- com maionese.
No meio ficaram campos de arroz regados com água de esgotos.
Palmeiras, poilões, bissilons.
Uma guerra bombardeou a cidade toda.
Ao longe parece a selva.
No porto o mangal cresceu - trinta anos sem dragagens.


_manel

quinta-feira, maio 21, 2009

Em Bissau há um jardim de uma florista

Em Bissau há um jardim de uma florista.

Anda-se pela cidade esburacada com covas de meio metro de fundura. Outras onde se cai e já não se volta.
Ou apanha-se um táxi azul-turquesa com ferrugem e forrado a felpa com padrão de leopardo, por causa do frio…
Passa-se a praça do império, com o seu palácio colonial-anos40-semi-colonial-semi-modernista-feio. Bombardeado e queimado.
E vê-se uma montra, de uma florista.
Bate-se no vidro.
Está fechado. A senhora não está.
Mas há flores no jardim.
Entra-se no jardim acabado de regar. A cheirar a terra.
Cortam-se três flores vermelhas com caules que pesam meio quilo e que estavam debaixo da pequena mata de bambus.
Volta-se pelo caminho estreito de terra batida com vasos e com uma cana oca de correr a água.

Estão longe os "projectos de espaços exteriores”, “parques urbanos”, “espaço público” feitos à pressão, com meia-dúzia de espécies do reino vegetal enfiadas em cima de um pavimento.
Ou as "estruturas verdes e ecológicas"...

Vale a pena fazer jardins.


_manel

quarta-feira, maio 20, 2009

restos de praças

Como estas praças antes de terem levado um toque de destruição deviam ser aborrecidas...
Com os seus monumentozinhos, gradezinhas, ora pedras cheias de esferas armilares, ora obras de arte de veneração ao partido único.
A destruição deu-lhes estilo.






_manel

terça-feira, maio 12, 2009

Viagens na Minha Terra (Algarve)



Baseando-me nas artes do Sebastião (que tem dinamizado este blog, com os seus fantásticos videos), também eu quis iniciar as minhas artes "pré-cinematográficas". Este vídeo foi criado através de sequências de fotografias, durante dois dias de viagens pelo o Algarve, partindo da minha terra (portimão) para a serra de monchique e depois serra de espinhaço de cão. A música é de um artista mandinga do Gabu (guiné-bissau) de nome Galissá e é dedicada ao Manel, que neste momento percorre as belíssimas planícies guineenses.
Espero que gostem da minha terra....


_pedro

segunda-feira, maio 04, 2009