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Na minha aldeia também se faz Arquitectura Paisagística.
_diogo
A Sunday in Pripyat, é um filme documental que nos transporta à cidade modernista, construída nos anos 70, para albergar os trabalhadores da Central Nuclear de Chernobyl.
O filme capta imagens de uma cidade deserta, onde a vegetação cresce, ocupando todos os espaços. Um choupo desabrocha do chão de um ginásio, os prados das juntas das lajes de betão, os arbustos das varandas das casas. No filme ouvem-se os sons da actividade dum restaurante, dum cinema, duma piscina, dum infantário, como ainda existissem pessoas que habitassem estes locais. Os retratos, as bonecas, os móveis, os electrodomésticos, uma bola. Primeiro uma filmagem do interior, a seguir do exterior, por fim de toda a cidade e sempre, sempre tudo igual. Uma cidade de 50 000 habitantes abandonada num escasso número de dias. Caraças, é como as pessoas ainda lá estivessem!
Um sentimento de medo assola-nos, quando nos apercebemos da capacidade destrutiva dos humanos.
“O movimento moderno nasce do desejo… desejo por abstracção, por novidade, por racionalidade, por artificialidade, por deslumbramento diante da renovação humana, pela fé na ciência e sua brutalidade, pelo militarismo arquitectónico, por trabalhos definitivos, por objectos na maior escala possível e acima de tudo pela centralização da autoridade, confiada às mãos de políticos, técnicos e oficiais de governo; todos empenhados em fazer a felicidade do povo; um povo que por milhares de anos foi acostumado a decidir por si mesmo, sobre o seu próprio ambiente, encontra-se hoje reduzido ao silêncio.”
“O movimento moderno recusa… a tradição, as emoções, o caos e a desordem, a irracionalidade, o sentimentalismo, o subconsciente e o inconsciente, a inadmissível influência do corpo humano sobre o ambiente ao redor, a confiança nas decisões tomadas por grupos de leigos.”
“Composição da subsidiariedade... Parece evidente que enquanto a arquitectura estiver submetida a regras de homogeneidade e à repetição de elementos idênticos, à disciplina de materiais, à simetria, ao seu carácter inflexível e imutável, permanecerá militarista, não sendo capaz de expressar os valores de uma sociedade complexa, criativa, dinâmica e democrática. Não poderá ser, por definição, outra coisa senão um regime totalitário; esta é a situação que caracteriza a nossa era.”
"Motivo... O arquitecto por si só não é capaz de abandonar a sua concepção de cultura pré-formada, criada por imagens mentais autoritárias: deve “internalizar” a desordem das pessoas que fazem uso das suas criações. Isto só será atingido através da participação calorosa da comunidade. A arquitectura só poderá acontecer se os arquitectos prestarem atenção aos habitantes reais e não às abstracções."
“Induzir a evolução... preocupação dos objectos iniciais por meio de adições sucessivas que cubram a estrutura antiga e cresçam através dos anos, afirmando assim uma cultura popular contemporânea compartilhada por uma maioria multicultural (uma mistura de culturas, entidades geográficas e gerações). O projecto tornar-se-á descentralizado, emocional, ambientalmente amistoso (socialmente, psicologicamente e fisicamente) quando privado da nostalgia de um passado mítico. Um ambiente futuro fará presente, um ambiente capaz de motivar activamente as próximas gerações, que já são frustradas com a péssima qualidade do seu património.”
A Arquitectura próxima dos habitantes foi experimentada em Portugal durante o PREC (processo revolucionário em curso), onde arquitectos como Siza Vieira, Souto Moura, e Bernardo Távora, faziam parte do SAAL (serviço de apoio ambulatório local), este serviço tinha como função identificar as carências habitacionais dos bairros e intervir, aconselhando as associações de moradores que recorriam ao programa. O objectivo era a recuperação das ilhas de habitação com condições deploráveis, não através da mera entrega de uma chave às pessoas, mas sim pela melhoria gradual das suas habitações numa autoconstrução assistida. Foram realizados inúmeros projectos, sempre numa relação activa com os moradores. Uma das condições do programa era a "consciência do próprio bairro em mudar as suas habitações". Depois do 25 de Novembro, o SAAL acabou, porque os poderes instituídos não o viam com bons olhos, devido este permitir demasiada autonomia às pessoas.
Decidi investigar e escrever este artigo, porque acho que a arquitectura há muito se distanciou das pessoas. É natural e essencial que os técnicos interajam com os habitantes.
_pedro
Penso que a Cor também faz parte da arquitectura, mas ninguém acredita em mim, o que diziam de ti? Que eras louco? Sabes, estou farto deste branco que invadiu a arquitectura pós pós-modernista. Estou farto destes tons pretos e brancos que se injecta nos planos gerais. Houve uns que cá na terra ficaram tão loucos com a monocromia que esbajam cores sem qualquer nexo.
Isto está tão mal que na minha escola, nem nas outras, se ensina a roda das cores, Podias dar-me umas lições? Caro Barragan preciso de ajuda, não percebo nada de cores!
_pedro