segunda-feira, fevereiro 12, 2007


os parques de viena - reflexo de uma sociedade com problemas mentais?

em Viena a quantidade de loucos furiosos parece maior do que em qualquer outro lugar. pelos cafés, pelas esquinas, há sempre um louco. gritam, insultam, rebolam pelo chão e correm nus pela rua... será esta psicose vienense o escape a uma sociedade castrante e controladora, aborrecida e desinteressante?
É interessante passear por Viena e olhar para os seus parques, principalmente aqueles dos últimos 30 anos, e há muitos, pois todas as praças, pracetas e jardins parecem ter levado uma volta recentemente. O que se vê é assustador. Para começar existe uma vedação em volta, grande e forte, e mesmo onde já existia uma cerca, esta foi aumentada. Quando se entra encontramos um campo de jogos: mais uma rede, um terreno para cães: mais uma rede, um ring de patinagem: mais uma rede, uma pista de skate: mais uma rede, e as redes cada uma pior que a outra. Portanto entramos no parque e passeamos entre cercas como quem vai ao jardim zoológico. Pequenas Vienas fechadas no interior de cada bairro. Controlados, controlados, controlados. Para que nada saia da ordem, para que nada saia do normal. E depois dá o que dá.

_manel

3 comentários:

Anónimo disse...

Tens razão..Viena é uma cidade comedida e ..tem qualquer psicose, uma cidade tão organizada, tão limpa, não poderá ser assim tão perfeita.
É uma cidade com espaços verdes ou públicos..cada bairro tem o seu jardim, ou ringue de jogos...e isso dá vantagem em relação por exemplo a Lisboa..que contam-se pelos dedos das mãos os parques ou jardins que cada Telheiras, Benfica, Lumiar etc tem. Sem sombra de duvida Viena é uma cidade em que os seus habitantes usufruem do espaço dito público.
Agora a maneira como essa gente os projecta..deixa mundo a desejar, talvez reflexo de uma mentalidade ou de uma maneira de encarar a vida por uma sociedade..que sempre se conheceu rigida...e talvez por isso não seja de espantar as redes, as compartimentações, as divisões. Tudo certinho e arranjadinho. Essa gente não foi ensinada a sair fora do que é suposto, pelo menos publicamente...
Independenetemente de uma sociedade esquizofrénca na sua organização e bom funcionamento é de louvar a importancia que essa gente dá ao chamado espaço público. Conscientes de um espaço que não pertence apenas a uma máquina chamada automovel.

Agora começando por locais de loucura temos a famosa estação de Shottentor-local perfeito para conhecer um maluco saído de qualquer ala psiquiatra...

Anónimo disse...

Não tenho nada essa ideia de Viena. De facto estive lá recentemente e, para além da obsessão pela cópia, não me parece mais compartimentado pela rede do que qualquer cidadela portuguesa.

A cópia sim, é obsessiva. O neo-clássico dos edifícios é feito pela cofragem, quais pasteleiros; os interiores então, são papeis de parede, que até as sombras da talha recriam; Até os jardins em Schönbrunn se tentam aproximar das estrutura e elegância de Versalhes ou mais até Vaux-le-Vicomte.

Tudo é cinzento, mas de facto os parques, sobretudo aqueles do pós-moderno, aplicam um conceito muito naturalista, onde a estética da paisagem natural é muitas vezes mimetizada. As faias são uma presença extraordinária. Temos pena que não atinjam o mesmo esplendor em Portugal. A gestão dos parques é também muito criativa.

Tudo o resto é por causa do cinzentismo que até o Siza já quis (e conseguiu!) imitar...

Anónimo disse...

nao falo por exemplo de Schonbrunn, nem do Prater. falo daqueles parque que aparecem pelo meio da cidade, a partir do ring, mas principalmente a partir do gurtel, em parques incluí também as praças, em que quase toda a area e ocupada por jardim. e principalmente estas, ou os parques de pequena dimensao sao os mais atacados, e estão mesmo por todo o lado.
devia ter talvez ter-lhes chamdo jardins e nõ parques...