terça-feira, janeiro 06, 2009

Arquitectos (também paisagistas) Explorados


Em Espanha como em Portugal os arquitectos (os arquitectos paisagistas também, não me esqueci de nós) são explorados.
Muitos são os que, mal lançados aos "leões", recebem o ordenado mínimo ou um pouco mais, nunca passando duns míseros 700 euros. Abusam da nossa esperança e sonho de sermos uns grandes arquitectos e dizem "no início tens de trabalhar duro e ganhar pouco" para depois seres um grande arquitecto (só não consegui foi convencer os meus pais a comprarem me um atelier) mas a história vai-se arrastando.................. Se com muita sorte ganhares 700Euros existe um pacote de vida, que eu posso oferecer:

200 euros para uma casa barata a partilhar com outras pessoas.
40 euros para contas (água, luz, gás, net não dá, vais à biblioteca).
30 euros de transportes.
200 euros para comida, tabaco, mas de enrolar (se não fumas, então 2 cafés por dia) e só uma saída por semana de copos (uma ou duas cervejas).
40 euros por fim para ir visitar os pais à terra (uma vez por mês) isto caso não queiras criar conflitos familiares.
No total dá 510 euros, sobram-te assim 180 euros para super-loucuras, com este dinheiro podes ter vários luxos (cada número é só uma hipótese e caso escolhas um deles não podes ter os outros números):

uma viagem por ano de tenda às costas e voos lowcost.
ir uma vez por semana ao cinema ou ao teatro e ainda sair, não só uma vez por semana, mas duas, e assim já podes beber 5 cervejas por noite e acrescentar álcool etílico para ficares bêbado.
podes pedir um empréstimo ao banco para comprares uma casa ou um carro e caso a crise não seja grave podes ficar a dever ao banco para o resto da vida, com azar ainda têm de ficar os teus filhos a pagar os últimos euros.

Que vida feliz que este curso nos proporciona


_pedro

5 comentários:

Anónimo disse...

ahahahahahahahahahhahaah

Anónimo disse...

És um cabrão!
Enquanto
TU
andas a
PASSEAR
por Espanha, fazes me lembrar a
MIM
a realidade do meu/teu
TRABALHO/Vida...

Mas não te esqueças que ainda não começaste. Quando começares talvez tenhas uma visão um pouco diferente...
Essa conversa fácil de esquerdista, dá para tudo.
Mas a verdade é que tens mesmo de "trabalhar", para conseguires algo "neste sistema", se quiseseres ser, como disseste "um grande arquitecto"



Porque se fizeres as contas ao que fazes no inicio num atlier, podes contar que muitas vezes o patrão até pode estar a "perder dinheiro" (leia-se ganhar menos).

(coisa que não dura assim tanto tempo...)

Mas eu não estou a usar isto como argumento para que nos paguem mal.
Porque se nos empregam, são mesmo obrigados a nos darem condições (e a cumprirem as leis!)

E é verdade que existem uns bons (muitos) cabrões, na praça publica...todos sabemos...
Por isso é que ganham as obras...porque alguem fica a perder - o estagiário


O meu pai disse-me logo "Não vais ser rico".

É verdade, ganha-se mal em Arquitectura, modo geral, qualquer q ela seja.
Falo do ponto de vista do empregado.

Para alem disso tens de gramar com um horário oscilaaanntee, algumas vezes por semana..


Basta comparar com algumas profissões, ganha-se mal.
...................................

É verdade que no nosso país, tudo o q está ligado a grandes nomes de criação artistica/arquitectura, é sempre pessoal dos papás ricos.

Por isso é quando os portugueses vão lá para fora: -"epá ele afinal era muita bom..."

Mas em Portugal, como tu dizes, a história vai-se arrastando.......

E se quiseres ter um atlier, é bom que te tornes bastante ambicioso, porque só trabalhador não chega.

Mas se quiseres mesmo ter um atlier também é bom que conheças a malta dos papás ricos do outro lado, os que te dão trabalho depois...

Por isso, também não há grande escolha.

É fodido.

O atlier no fundo é também uma questão de manifestar o teu ego (criativo ou não).
O que é legitimo

Mas se isso não te preencher

e enquanto vivermos neste "sistema"...é melhor que comeces a procurar, como sei que já começaste, outras alternativas. Mas quando encontrares uma coisa que te preencha mesmo, conta-me, porque também estou interessado em saber (digo de verdade)

AINDA
tenho a convicção que o no nosso caso (AP) é diferente do dos Arquitectos.

Mas se tu ainda não começaste, eu também comecei à POUCO. Por isso daqui a 3 anos falamos melhor sobre isto.

(Ou será que já começaste?)

Acabaste mal o texto.

Disseste: "este curso"

Devias ter acabado com "atelier". Porque era a isso que te referias

Acho que há muita coisa que podemos fazer pá!!


João Antunes

joão antunes disse...

Como é que nos podemos sindicalizar?

Pedro Varela disse...

Sindicalizar-te, podes sempre sindicalizar-te, apesar de não haver nada para arquitectos paisagistas, deves poder te integrar-te noutra coisa qualquer.
Provavelmente o meu futuro é num atelier, por isso é que escrevi isto antes de ir para um, para depois não me chatearem a cabeça.
E há uns anos, nos ateliers, não pagavam de certeza tão pouco, como pagam hoje e tinhas muito trabalho no estado que te dava uma estabilidade de vida muito grande.

E não estou à procura do trabalho-sonho, porque provavelmente nunca vai aparecer e também e o mais importante não é no teu trabalho que vais mudar o mundo, podes mudar um bocadinho mas nunca muito.

sebastiao disse...

Oh meu deus!! que coisas vejo!!

A coisa é simples....aqui nao ah explorados nem exploradores! fazemos todos pela vidinha! Nao falemos de dinheiro!...não é por ai! A questão esta na forma como se trabalha! ate que ponto podemos criar algo nosso. Colocar realmente a nossa força ao serviço de um atelier? Ou de um projecto ou de outra coisa qq! eu so nao aprecio trabalhos mecânicos. Mas no inicio ah que penar ate um certo ponto. (ate um certo ponto) Depois cabe a cada um decidir.

é preciso é estar-se contente com o que se faz...e seguir o sonho...Nao gosto da palavra ambição, nem de subida!Cada um ja tem um potencial a explorar

Sebastiao_