quarta-feira, outubro 17, 2007

Edgar Gouveia Júnior



vale a pena ler a entrevista com Edgar Gouveia Júnior, arquitecto brasileiro fundador do Instituto Elos que se dedica a fazer projectos em favelas e cortiços. tem a "teoria dos oásis" - acredita que um espaço de grande qualidade numa comunidade (como seja uma praça e uma série de equipamentos) pode ter efeitos surpreendentes na auto-estima e na vontade de mudar das pessoas do bairro. faz os projectos com a colaboração das pessoas. vale a pena ler para acreditar que outro tipo de coisas são possíveis.



_manel

segunda-feira, outubro 15, 2007

Barragem de Foz Tua gera apreensão em Mirandela e Murça por causa da ferrovia e das vinhas 04.10.2007 - 12h52 Lusa, PUBLICO.PT

O presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano (PSD), sustentou hoje que a decisão do Governo de construir a barragem de Foz Tua vai acabar com o que resta do caminho-de-ferro no Nordeste Transmontano considera “incompreensível” que o Governo decida avançar com esta barragem, que vai submergir parte da linha do Tua, tornando aquela ferrovia inútil.
O presidente socialista da Câmara de Murça afirmou por seu lado estar “apreensivo” com a construção da barragem do Tua porque ela vai afectar vinhas durienses no concelho. O autarca reconhece, no entanto, que a barragem também poderá “trazer maior riqueza à região”. A barragem do Foz Tua, localizada na foz do rio Tua, que integra o Plano Nacional de Barragens hoje apresentado pelo ministro da Economia, representa um investimento de 177 milhões de euros e tem uma capacidade instalada de 234 megawatts (MW). Os cerca de 60 quilómetros que restam da linha do Tua, que liga Mirandela ao local com o mesmo nome do rio, são a única ligação ferroviária do Nordeste Transmontano. Esta linha liga a região ao litoral, no Porto, ao cruzar-se no Tua com a linha do Douro.


_manel

sábado, outubro 13, 2007

Mais uma torre mais alta


No seguimento da notícia publicada aqui, na Paisagir, a 11.08.2007, deixo, desta feita, mais um feito do senhor arquitecto.
Se bem que com diferentes enquadramentos políticos da notícia acima referida (e respectivos comentários), "um dos mais recentes projectos do OMA, a Torre Bicentenário, será a mais alta torre da América Latina e símbolo das comemorações, em 2010, dos 100 anos da Revolução Mexicana." (arq./a n.º49).


_diogo

quinta-feira, outubro 11, 2007

O cavalo ( ou borrego ) de Mazouco





uma paisagem inóspita, das mais inóspitas que há. ribanceiras, granitos escarpados e amontoados, e grifos a pairar. e depois um pequeno cavalo (ou borrego) gravado na rocha muda tudo. torna-se um lugar a que se vai para olhar o bicho, passa a haver uma razão para entrarmos no meio do inóspito. e aquele sítio torna-se nosso. foi concerteza a maneira mais inteligente, mais simples de tornar o selvagem e brutal acolhedor. antes da casa e da aldeia aquele pequeno cavalo gravado na rocha. como deveria ser reconfortante depois de dias perdido pelos montes, acossado por feras, encontrar aquele pequeno cavalo ali gravado na rocha.


_manel

Freixo de Espada à Cinta





Freixo de Espada à Cinta é num buraco. Uma cova estranha que não se percebe se é um vale, se uma cratera, não se percebe nada. Olha-se com atenção em busca de uma ribeira e nada, apenas pequenos regatos que parecem correr não seguindo qualquer lei da física. Fica ao lado do Douro mas não fica. O buraco não deixa perceber, nem sequer suspeitar, da existência de um rio ali tão perto. Quem venha de onde quer que seja, de Moncorvo, de Miranda ou de Barca de Alva nunca saberá quando está ou quando não está a chegar. Poderá apenas suspeitar da proximidade ao avistar bandos de grifos a sobrevoar enormes penedias de granitos. E depois entra-se dentro do buraco e não se percebe mais nada. Mas quando se sobe à torre heptagonal que sobrou do castelo, ou à pequena capela dos Montes Ermos, é um deslumbramento.


_manel

quarta-feira, outubro 10, 2007

Realidades virtuais. O lugar e a viagem.




Tavira flutua ainda na manhã, baloiçando entre a frescura de ser dia e a preguiça de ser tarde, mas é precisamente neste limbo que me acedo a abandoná-la. Parto em busca de um lugar próximo, referido por quem conhece por misterioso e belo. São 7km apenas a partir da cidade, sinuosos, cada vez mais enigmaticos, um passaporte para um qualquer desterro nos confins do mundo, mas chegamos finalmente. Estamos no Pego do Inferno. Outubro mas parece verão. Nunca vi nada tão verde. Um verde limão que encadeia e refresca os olhos, em plena serra algarvia, um percurso de escadas e rampas construidas numa estrutura de madeira alaranjada, uma ponte em arco (aqui so vemos o ceu, o verde das laranjeiras e um rio), caminhando ouvimos susurros de trabalhadores agrícolas que nos acompanham ocultos a uma lagoa estranhamente ainda mais verde que tudo o resto, tão profunda que se conta a história que uma carroça se despenhou e nunca mais submergiu. Duas pessoas entram na água mas rapidamente nadam para sair, o verde é em demasia, não é transparente e as lendas liquefazem-se à sua volta. Não permaneço mais de 5 min a olhar para a lagoa, tenho que voltar atrás, o caminho é longo, e de tão enigmatico desconforta, quero voltar ao meu carro, ligar o rádio e ouvir musica comercial, chegar a tavira e comprar o jornal, beber café e fumar cigarros e tenho a certeza que esta paisagem me irá povoar os sonhos mesmo que eu não queira. Não me arrependi mas não sei se volto.

Os lugares , os mitos , os sonhos, o escape, estar fora para querer voltar para dentro, é essencial para povoar a mente urbana. Nós precisamos, a cidade precisa e tudo o resto também.


_sebastiao